O sonho de ter um filho é vivenciado pela maioria dos casais. Apesar de ser uma etapa natural da espécie humana, a gestação de um bebê é um acontecimento que envolve múltiplos fatores e exige condições específicas para que seja concluído com sucesso. A primeira exigência envolve a saúde dos seus pais biológicos, fator essencial para o êxito na fecundação. Após este passo, a qualidade dos materiais genéticos e a saúde da mãe serão determinantes para a manutenção da gravidez, eliminando riscos de abortamento, e contribuindo também para o nascimento de um bebê saudável.
A atenção com a saúde deve ser do casal. No caso da mãe é preciso um cuidado redobrado, já que, além de ter relação com a fecundação – através da transferência do material genético – ela carrega o feto por 09 meses e ainda precisa ter boas condições de saúde para enfrentar o parto e desenvolver devidamente a amamentação depois. Apesar disso, a saúde masculina não deve ser negligenciada. As características dos espermatozóides e aspectos relacionados ao sistema reprodutor do pai são igualmente fundamentais para o sucesso da fecundação e saúde do feto.
Os cuidados começam antes da fecundação
O ideal é que os cuidados sejam adotados antes mesmo da fecundação. Manter hábitos saudáveis, como alimentação e atividades físicas, aumentam as chances dos pais estarem aptos para a gestação quando acharem que é o momento ideal. Outra medida importante é a realização de exames periódicos, que podem detectar precocemente o surgimento de doenças, proporcionando o início do tratamento antes delas prejudicarem a capacidade reprodutiva.
Os exames também podem sinalizar a necessidade de atuação no sistema reprodutor e/ou endócrino da paciente, que deve iniciar o consumo de hormônios e vitaminas importantes para o processo, por exemplo. Há ainda os itens que devem ser contemplados de maneira geral, independente da apresentação dos resultados dos exames dos genitores, como, por exemplo, a ingestão, por parte da mãe, de ácido fólico, composto que previne o surgimento de doenças genéticas no feto.
Fatores cotidianos que prejudicam processo
Enquanto a alimentação saudável e prática de exercícios estão na lista dos aliados da fecundação, a obesidade e os vícios são vilões dos casais que desejam ter filhos. Dentre os vícios, há destaque, por exemplo, para o impacto do cigarro na capacidade reprodutiva da mãe, na segurança da gravidez, e na saúde do feto, além dos prejuízos para a produção do leite.
Pesquisas apontam que a mulher fumante (especialmente as que consomem mais de 10 cigarros/dia) demora mais para engravidar que as demais. Há ainda estudos que apontam para a antecipação da menopausa, ou seja, há um comprometimento dos óvulos. Além disso, são associadas ao cigarro, anomalias tubárias, problemas uterinos, e maior incidência de aborto, por exemplo.
Suspender o consumo do álcool também é essencial no processo, tanto para evitar prejuízos para a fecundação, como, no caso das mães, proporcionar uma gravidez saudável para seu bebê.
O stress e a correria da rotina também são associados ao comprometimento da capacidade reprodutiva dos casais.
Pesquisa da Fundação IVI demonstra diminuição da qualidade seminal
Uma pesquisa recente da Fundação IVI apontou para a diminuição da qualidade seminal, especialmente relacionada à contagem do número de espermatozóides. O estudo avaliou quase 120 mil pacientes atendidos nas clínicas do Instituto IVI na Espanha e Nova Jersey (Estados Unidos). O resultado mostrou um aumento de 9% na probabilidade dos homens demandarem tratamentos de reprodução assistida, considerando o período de 2004 a 2017.
O estudo não consegue mensurar exatamente quais os fatores responsáveis pelo problema, mas os especialistas acreditam que o tabagismo, obesidade, stress e demais problemas da sociedade contemporânea contribuam para este quadro.
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