O útero bicorno é uma alteração morfológica que afeta de 5 a 6% das mulheres em todo o mundo. O problema é caracterizado como uma condição congênita. Significa dizer que está presente desde o nascimento das mulheres, sendo uma das alterações uterinas mais comuns.
E embora gere muitas dúvidas, essa alteração não é causa única e absoluta da infertilidade feminina, mas contribui para a dificuldade de engravidar.
O útero bicorno ocorre devido a uma falha no processo de embriogênese da mulher, em que há uma fusão incompleta dos Ductos de Müller no fundo uterino.
Devido a essa malformação anatômica do útero, o órgão se separa em duas partes de forma parcial ou total. Como o útero normal é uma cavidade única e oca, onde o embrião se estabelece e se desenvolve ao longo de nove meses, a mulher que sofre de útero bicorno e está grávida, precisa de um acompanhamento ainda mais cuidadoso por toda a gestação, que é considerada de alto risco pelo Ministério da Saúde.
Como diagnosticar o útero bicorno
O diagnóstico de útero bicorno se dá por meio de exames de imagem, como ultrassonografia, ressonância magnética ou histeroscopia, geralmente solicitados para investigar alterações anatômicas que tenham repercussões funcionais para a mulher.
“Em algumas mulheres percebemos a alteração durante exames de imagem para a investigação da infertilidade. Embora o útero bicorno não seja necessariamente a causa da infertilidade, sabemos que uma das suas consequências é um risco maior de sofrer aborto ou dificultar a gravidez”, explica a médica Graziele Reis, do IVI Salvador.
Na maioria dos casos, a mulher que tem útero bicorno é assintomática e não identifica nenhum sinal que possa indicar a condição, exceto a dificuldade de engravidar em alguns casos ou, mais comumente, a recorrência de abortos ou prematuridade do feto.
Mesmo sendo assintomático na maior parte das mulheres que têm a condição, possuir um útero bicorno pode ser percebido por alguns sintomas, como dores durante a relação sexual, desconforto no período de ovulação, dor abdominal, ciclo menstrual irregular, infertilidade ou abortamentos recorrentes; entre outros.
“O problema, quando apresenta sintomas, tem as mesmas características de muitas outras doenças. Por isso, é fundamental que a mulher busque ajuda médica especializada e investigue”, completa a médica.
Útero bicorno tem tratamento?
Como vimos, o útero bicorno é uma malformação anatômica que não costuma apresentar sintomas graves. Justamente por isso, muitas mulheres convivem por anos com o problema, sem sequer saber de sua existência.
Nos casos detectados, de pacientes com útero bicorno, o mais comum é que não seja feita nenhuma intervenção cirúrgica imediata. Apenas é importante redobrar o acompanhamento cuidadoso durante a gestação, quando ela ocorrer.
Se a mulher tiver muitos sintomas de dor ou infertilidade, aí sim é possível recorrer a uma cirurgia corretiva, chamada de Metroplastia de Reunificação de Strassman.
Mas essa não deve ser a conduta imediata no diagnóstico. Além disso, como sempre na área da saúde, é fundamental entender a individualidade de cada paciente.
Como essa condição afeta a fertilidade?
Geralmente diagnosticadas depois de uma tentativa de gravidez ou da manifestação de sintomas relacionados a problemas obstétricos, as malformações uterinas ou anomalias congênitas do útero, como o útero bicorno, provocam perda recorrente de gravidez e/ou partos prematuros, dificultando que a gravidez seja levada adiante.
Para explicar o motivo, é necessário entender a função do útero; peça chave para a gestação.
O útero saudável é um órgão oco, cuja forma se assemelha à de uma pera invertida. Ele mede de 5 a 7 cm e seu tamanho pode variar de acordo com a idade, número de filhos e condições fisiológicas e hormonais da mulher. Esse órgão está localizado na cavidade pélvica. Sua porção superior é ligada às tubas uterinas, uma de cada lado, e a porção inferior liga-se ao canal vaginal.
A principal função do útero é receber o embrião após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide e proporcionar todas as condições para seu desenvolvimento. É nele que o embrião se desenvolve e evolui até o nascimento do bebê. E por isso, o grande risco quando a mulher descobre ter útero bicorno.
Sua anatomia modificada pode prejudicar os passos mais iniciais da gestação e representar riscos não somente para o bebê, mas também, para as mães.
Devido à falta de espaço para que o bebê cresça, principalmente há risco de sangramentos durante a gravidez, abortos espontâneos e partos prematuros. Esse risco é maior se o bebê for gerado na parte menor do órgão dividido.
Muitas vezes, o aborto acontece no início da gravidez, quando a mulher ainda não sabe que está grávida. Por isso, o problema nem sempre é descoberto, podendo levar a abortos de repetição.
Útero bicorno e a reprodução assistida
Embora possa encontrar alguma dificuldade para engravidar, a mulher com útero bicorno não necessariamente tem um problema dito “irreversível”. “Entretanto é importante que essa mulher seja acompanhada de perto por especialistas, ginecologistas e médicos da reprodução assistida, que irão oferecer todo o suporte necessário para cada caso”, conta.
Independentemente de qualquer coisa, é preciso que essas mulheres estejam acompanhadas e que a gestação, quando ocorrer – seja ela natural ou com o suporte da reprodução assistida – tenha mais cuidado e atenção, pois o bebê pode ter dificuldades para se desenvolver.
Outro fato importante a ser considerado é que a gestante com útero bicorno tem maior chance de ter parto prematuro. A gestação, nesses casos, é considerada de alto risco, pelo Ministério da Saúde.
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