A testosterona é um hormônio sexual masculino, que se produz principalmente nos testículos. Entretanto, também se encontra esse hormônio no corpo da mulher, porém em quantidades muito menores.
A testosterona feminina possui um importante papel na regulação biológica e no processo de reprodução. Ela tem, portanto, relação direta com a fertilidade da mulher.
O que é a testosterona feminina?
A testosterona faz parte de grupo de hormônios chamados andrógenos. Enquanto que nos homens essa produção acontece em grande quantidade nos testículos, nas mulheres a produção é menor e acontece nas glândulas suprarrenais e nos ovários.
A produção da testosterona na mulher ocorre da seguinte forma (em condições normais):
- Nos ovários são produzidos 25% da quantidade necessária, a partir da estimulação do LH (hormônio luteinizante) produzido na hipófise.
- Nas glândulas adrenais são produzidos mais 25%.
- Os outros 50% são produzidos com base na conversão periférica a partir da androstenediona e da DHEA (dehidroepiandrosterona).
“Cada corpo tem uma fisiologia. O do homem é bastante diferente da mulher e, por isso, entendemos que existe essa discrepância entre as concentrações de testosterona masculina e feminina. O importante é estar com o equilíbrio hormonal em dias, e garantir, assim, que o ciclo reprodutivo da mulher seguirá da forma mais normal possível. O ideal é que a mulher tenha a quantidade ideal de testosterona feminina. Nem a menos, nem a mais”, explica a médica do IVI Salvador, Dra. Tirza Ramos.
A testosterona é fundamental
Na vida da mulher, esse hormônio é peça fundamental quando falamos de função reprodutiva. Além disso, a testosterona atua sobre diversos aspectos no corpo feminino, sendo as principais funções: Aumento e manutenção da massa muscular, diminuição da gordura corporal, melhora no desempenho sexual e na libido, avanço no desempenho cognitivo, melhor condicionamento da estrutura óssea e proteção cardiovascular.
A finalidade da testosterona na mulher vai ao encontro do que acontece nos homens, sendo esse um hormônio fortemente produzido no corpo masculino para lhes prover o desenvolvimento físico, o aparecimento dos pêlos, engrossamento da voz e amadurecimento da sexualidade, por exemplo.
Desta forma, sua sutil presença no corpo feminino chega para reforçar elementos importantes no que, também, diz respeito ao condicionamento físico, crescimento muscular e disposição sexual.
E com o passar dos anos…
Outro ponto que é sempre importante de ser ressaltado é: a testosterona feminina, assim como ocorre com a masculina, vai diminuindo com o passar dos anos, sendo produzido em maior quantidade no período reprodutivo e reduzindo muito na menopausa.
Em idade fértil, a mulher pode ter seus níveis de testosterona afetados negativamente conforme suas escolhas alimentares, qualidade do sono ou por meio do uso de anticoncepcional por longos períodos.
A redução de testosterona, pode causar alguns sintomas, como a diminuição brusca da libido, o comprometimento do desempenho sexual, a depressão, a redução significativa de massa muscular um grande aumento de gordura.
“Por isso é tão importante manter uma rotina ginecológica para acompanhar os níveis hormonais e propor ajustes, se necessário”, completa a especialista.
Qual o nível ideal?
Os valores de testosterona feminina podem variar muito, porque está muito relacionado com a idade e a fase do ciclo menstrual de cada mulher.
Normalmente, mulheres com idade entre os 16 e 21 anos devem possuir entre 17,55 e 50,41 ng/dL de testosterona. Acima de 21 anos, a concentração considerada adequada é entre 12,09 e 59,46 ng/dL. Durante a menopausa, esse valor chega até 48,93 ng/dL.
“Tudo vai depender de cada organismo. Cada paciente tem sua individualidade e sua fisiologia. E cada corpo funciona de forma muito particular”, complementa a médica.
Testosterona feminina alta
A testosterona participa da regulação da libido, aumentando assim o desejo sexual da mulher. Os níveis de testosterona aumentam antes da ovulação e favorecem, portanto, as chances de engravidar.
Devido aos níveis de testosterona feminina aumentarem nos dias anteriores à ovulação, ela acaba sendo um estimulador sexual natural. Isso reforça a importância da regulação e presença desse hormônio.
Porém, se a testosterona estiver muito aumentada, isso pode até mesmo impedir a ovulação. E por consequência, o ovário não libera o óvulo, o que impossibilita a fecundação pelo espermatozoide.
Sendo assim, é imprescindível que os níveis de testosterona feminina se mantenham sempre em equilíbrio. Vale lembrar que utilização de suplementos a base de testosterona podem alterar o sistema de reprodução da mulher. Todo o uso de qualquer tipo de suplemento deve ser avaliado com os médicos que te acompanham, por precaução.
Em resumo, a testosterona feminina participa da análise da função sexual da mulher, e quando os níveis não estão equilibrados, é necessário consultar um ginecologista ou endócrino, para ser feito o ajuste, evitando assim que ela dificulte ou impeça a mulher de engravidar.
Muitas vezes, apenas a mudança no estilo de vida já resolve o problema. Simples hábitos como uma alimentação saudável, praticar atividade física com frequência, dormir bem e tentar uma redução do estresse diário podem fazer com que a produção hormonal volte ao normal.
Comentários estão fechados.