A cólica menstrual, também conhecida como dismenorreia, é uma dor que acontece no baixo ventre durante o período da menstruação. Esse é um incômodo que toda mulher já deve ter experimentado ao menos alguma vez na vida. O sintoma pode vir sozinho ou acompanhado de dor de cabeça, diarreia, náusea e, em casos mais graves, até desmaio.
Muitas mulheres sofrem de dor ou desconforto antes ou durante a menstruação. Essas dores, comparáveis às cãibras, geralmente ocorrem pouco antes da menstruação, por um ou dois dias. A dor pode ser localizada na pelve, costas, coxas ou estômago. Elas geralmente começam logo abaixo do umbigo e se espalham para as coxas, depois na direção oposta.
As cólicas menstruais são muito doloridas, mas cada corpo pode sofrer de maneiras e intensidades diferentes. O que não diminui o fato de que é desconfortável, e incomoda muito. Entre os distúrbios ginecológicos mais comuns, na maioria das vezes não são perigosas. Mas, em alguns casos, elas podem prejudicar a vida das mulheres durante esse período, especialmente das mulheres jovens.
O que causa a cólica menstrual?
A cólica menstrual é uma queixa frequente entre as mulheres, e um dos mais comuns desconfortos ginecológicos relatados. Embora ela não seja um problema grave de saúde, algumas mulheres podem ter sua rotina afetada quando a dor é mais intensa.
“As causas das cólicas são muitas e é por isso que você tem que falar com seu ginecologista. A dor é pela contração do músculo uterino, chamado miométrio. Ele é um dos músculos mais poderosos do nosso corpo. Assim, durante o ciclo menstrual, a mucosa uterina, chamada de endométrio, engrossa e se torna muito vascularizada para se preparar para a recepção de um embrião. Mas quando a gravidez não acontece, o músculo se contrai para expulsar o sangue da menstruação. São essas contrações que são dolorosas”, explicas a Dra. Isa Rocha, do IVI Salvador.
A dismenorreia é dividida em categorias, de acordo com suas características: primária ou secundária. A dismenorreia primária acontece desde a primeira menstruação, sem que exista uma doença ginecológica que a motive.
A dismenorreia secundária, quando a cólica é provocada por doenças ginecológicas, como, por exemplo, pólipos, infecções, endometriose, miomas, aborto, síndrome do ovário policístico (SOP), e até mesmo o climatério, período anterior à menopausa.
Nesses casos, é necessário o acompanhamento médico para diagnóstico e tratamento adequado.
Como aliviar a cólica menstrual
A cólica é um sinal natural do corpo e alguns remédios caseiros, podem diminuir sua intensidade. Mas em caso de dor que prejudique a vida diária, é importante consultar o ginecologista, sexólogo ou fisioterapeuta especializado em assoalho pélvico.
Algumas dicas para aliviar as cólicas menstruais: dieta saudável e equilibrada; e tomar um banho quente. Colocar uma bolsa com água morna na região do abdômen e beber infusões anti-inflamatórias também são dicas úteis. Massagem e calor ajudarão a relaxar os músculos.
Suplementos alimentares, como a vitamina E, ácidos graxos ômega 3, vitamina B-1, B-6 e magnésio podem ajudar com a dismenorreia. Realizar exercícios de relaxamento muscular e atividades que promovam a saúde emocional pode ajudar a regular a gravidade da cólica.
Fazer uma atividade física regularmente também ajuda a regular os níveis de prostaglandinas em certos órgãos menstruais. O exercício, mesmo que apenas caminhar, pode estimular a circulação sanguínea, aumentar os níveis de oxigênio e liberar mais endorfinas (analgésico natural e hormônio do bem-estar). Tudo isso ajuda o corpo a relaxar.
Estudos sugerem que frituras e gorduras, além de produtos como sal, carne vermelha, cafeína e álcool, também podem estimular a produção de prostaglandinas, que agitam o útero durante a menstruação. Assim, invista em uma alimentação balanceada, com alimentos anti-inflamatórios (banana, abobrinha, soja, frutas vermelhas e salmão). Ao fazer isso, você poderá ter um maior relaxamento muscular. Outra recomendação é consumir mais água nesse período.
O estresse e a ansiedade, comuns no período menstrual, são inimigos da cólica e podem piorar o problema por tensionar ainda mais os músculos do útero. Então, procure fazer atividades prazerosas, como ler, assistir a filmes e séries positivas, ouvir música, conversar com quem gosta.
“Esse é problema cheio de particularidades. O ideal é que a mulher procure um médico ginecologista para obter as melhores orientações. É importante colocar essas recomendações em prática para que o seu período menstrual seja mais tranquilo e afete menos a sua rotina. Afinal, algumas mulheres têm dificuldade até em sair da cama, devido às dores e outros incômodos”, acrescenta a Dra. Isa.
Cólicas menstruais x infertilidade:
Cólicas menstruais e infertilidade podem estar relacionadas, especialmente se as cólicas forem muito fortes ou acompanhadas de outros sintomas, como dor durante a relação sexual ou infertilidade.
A endometriose, uma condição em que o tecido endometrial se espalha fora do útero, é uma causa comum de cólicas intensas e infertilidade. A cólica menstrual intensa pode ser um sinal de endometriose, que pode afetar a fertilidade.
A endometriose pode causar aderências e inflamações, que prejudicam a implantação do embrião e a passagem do óvulo pelas trompas, resultando em infertilidade.
Outras condições, como miomas, tumores pélvicos e síndrome dos ovários policísticos, também podem causar cólicas intensas e infertilidade.
Como tudo pode parecer muito semelhante, fique alerta a alguns sinais. Cólicas menstruais muito fortes que atrapalham as atividades do dia a dia; dores, inclusive durante a relação sexual; ou dor pélvica crônica; ou ainda ao urinar ou evacuar. A infertilidade ou dificuldade para engravidar também pode ser um alerta, assim como o sangramento menstrual irregular.
“É crucial investigar a causa da cólica menstrual, especialmente se for intensa ou acompanhada de outros sintomas. A cólica menstrual intensa pode ser um sinal de alerta para a infertilidade, especialmente se for causada por doenças como a endometriose. É importante investigar e, se necessário, iniciar o tratamento adequado o quanto antes. Os especialistas podem solicitar a realização de exames de imagem ou laparoscopia para diagnosticar. E depois, seguir o tratamento recomendado, que pode incluir medicamentos, hormonioterapia ou cirurgia, dependendo da causa da cólica e da gravidade da situação”, finaliza a especialista.
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