Ir ao ginecologista regularmente é fundamental. O ideal é que esse hábito tenha início desde a primeira menstruaçãoo. É muito importante fazer o monitoramento das condições da saúde íntima. Principalmente com o início da atividade sexual, afinal, as relações sexuais podem ser formas de contágio por diversas doenças.
O recomendado é fazer a consulta periódica uma vez por ano, mesmo que a mulher se considere “saudável”. Essa consulta vai proporcionar a prevenção de problemas de saúde. Além de ser uma oportunidade para tirar dúvidas, para que o médico analise sinais e sintomas, e solicite os exames necessários.
Entre os exames mais pedidos, está o Papanicolau (preventivo), que é realizado para detectar alterações nas células do colo do útero e lesões precursoras do câncer.
Sintomas
Os principais sinais e sintomas de alterações na vagina incluem corrimento constante, que pode ter coloração branca, amarela, verde ou castanho e que pode ter cheiro forte; cólica e sangramento fora do período menstrual ou ausência de menstruação.
Ainda dores e sensação de pressão na barriga, principalmente na região que vai do umbigo até a zona pubiana; dor durante o contato íntimo ou logo após a relação; coceira, vermelhidão e inchaço na vagina. Aumento de volume do abdomem e, por vezes dor nas costas e vontade constante em urinar também.
Caso não sejam tratados adequadamente, eles podem provocar infertilidade ou gravidez ectópica.
“Embora, na maioria dos casos, estes sinais apenas indiquem problemas leves, como inflamação do útero ou dos ovários, também podem ser sinal de doenças mais graves como câncer, por exemplo. Dessa forma, sempre que se identifica alguma alteração, é importante ir ao médico para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado, que pode incluir o uso de pomadas, remédios ou até cirurgia”, explica o Dr. Agnaldo Viana, do IVI Salvador.
Principais doenças que ocorrem no útero e colo do útero
O Papiloma vírus humano (HPV) é contraído principalmente através das relações sexuais. Porém, o contágio também pode acontecer através de contato de pele com a área infectada, transmissão vertical (da mãe para o bebê) e, em casos muito raros, pelo compartilhamento de roupas íntimas ou toalhas.
Quem contrai o HPV pode desenvolver verrugas genitais e outras lesões na vulva, vagina, colo do útero e ânus. E, se elas não forem tratadas, podem evoluir para um caso de câncer ginecológico.
O câncer de colo do útero, terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do cólon e reto). Além de ser a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer).
É uma doença silenciosa e praticamente assintomática no seu estágio inicial. Em estágio mais avançado, pode apresentar sangramento intermitente ou após a relação sexual e secreção vaginal anormal. Esse tipo de câncer, localizado na região do cólo do útero , é causado principalmente pela infecção crônica genital desenvolvida pelo HPV. Como a doença não apresenta sintomas, o papanicolau permite o diagnóstico da infecção antes do desenvolvimento da doença.
Mioma
Os miomas uterinos ou fibrose uterina, são considerados tumores benignos no útero. Dependendo do tamanho e região do útero onde se encontram, podem causar sangramento, dor e aumento do volume uterino. Na maioria dos casos, eles são múltiplos e atingem cerca de 50% das mulheres.
O mioma, assim como a endometriose, acomete as mulheres em idade fértil. Ele é composto por tecido uterino, pode permanecer estável por anos, e sem causa aparente, pode começar a crescer excessivamente, de forma rápida.
As causas da sua formação são desconhecidas, porém acometem mais as mulheres com obesidade e alterações hormonais. Pode causar hemorragias com coágulos, cólicas intensas, aumento do útero, dor na relação sexual e infertilidade.
Aproximadamente 75% das mulheres não apresentam nenhum sintoma. Quando os sintomas aparecem, os mais comuns são fluxo menstrual intenso, cólicas menstruais, anemia, sangramento fora do período menstrual, urgência de urinar, dor abaixo do umbigo ou sensação de pressão na região e dor durante a relação sexual. O diagnóstico se dá pelos sintomas da paciente somados à ultrassonografia.
Endometriose
A endometriose é uma doença crônica em que o tecido que reveste a parte interna do útero cresce em outras áreas do corpo. Mais de 2 milhões de casos são registrados por ano no Brasil. A doença apresenta sintomas como irregularidades no período menstrual, fortes dores locais, menstruação intensa e dolorosa. Dependendo do grau da endometriose, pode causar infertilidade.
A adenomiose caracteriza-se pela presença de pequenas porções avulsas de endométrio entre a camada muscular do útero (miométrio) e o seu revestimento interno, levando ao aumento do volume uterino, sangramento, dor pélvica e até infertilidade.
Outras problemas que podem atingir o útero
O prolapso uterino ocorre quando o útero desce pelo canal vaginal. Essa descida é reconhecida pela paciente como sensação de peso ou “bola” na vagina. Existem várias razões para o útero poder descer, fragilidade tecidual, partos traumáticos, obesidade, constipação intestinal, tosse crônica, atividades esportivas de alto impacto ou atividades profissionais que exijam esforço físico.
Em casos leves, recomenda-se fisioterapia para fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico. Nos casos mais acentuados, que temos a descida do útero acompanhada de bexiga e do reto, só podem ser corrigidos através de procedimento cirúrgico.
O útero septado (malformação congênita). Nesse caso, a paciente apresenta uma trava fibrosa que divide o interior do útero, que pode ser completa ou parcial. Geralmente, a paciente não tem sintomas, exceto quando ela deseja engravidar, pois pode ter abortamento de repetição ou dificuldade para gestar.
O tratamento é feito via cirurgia videohisteroscopia. O procedimento é realizado no orifício do útero, acessado pelo canal vaginal da mulher, onde o septo é cortado.
Exames para identificar possíveis problemas no útero
No exame de toque vaginal, o médico introduz dois dedos com luvas na vagina da mulher e, ao mesmo tempo, coloca a outra mão sobre o abdome para avaliar os órgãos do sistema reprodutor, para o diagnóstico de endometriose e da doença inflamatória pélvica.
Já o exame especular é realizado com a introdução de um espéculo na vagina, para avaliar a presença de corrimento ou hemorragias.
O mais conhecido é o Papanicolau, ou citologia oncótica, que é utilizado para detectar a presença de câncer do útero e, para isso é preciso inserir um espéculo na vagina e raspar suavemente a superfície do colo do útero para obter células para serem analisadas.
O médico pode indicar, ainda, uma ultrassonografia ou uma ressonância magnética, segundo a descrição dos sintomas da mulher.
Para prevenir doenças do útero e garantir um tratamento adequado em casos de problemas ginecológicos, é importante que a mulher esteja atenta. Algumas atitudes, como visitas constantes ao ginecologista, podem ajudar a prevenir tais doenças.
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