Mesmo com tantos avanços na sociedade que vivemos, a fertilidade ainda é um assunto considerado tabu para muita gente. Falar sobre a fertilidade – ou sobre a falta dela – não está na preferência de amigos, família e casais em seus momentos de relaxamento, durante papos naturais ou até mesmo durante momentos dedicados a falar de coisa séria.
Inclusive, para muita gente, falar sobre o assunto gera todo um abalo emocional, traz à tona recordações, vivências e traumas já experimentados em algum momento da vida. Mas não deveria ser assim. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a OMS, cerca de 15% de toda a população no planeta sofre de infertilidade.
“É um problema muito mais comum do que muitas doenças graves. Mas infelizmente sempre foi tabu e ainda hoje tem um peso muito grande na vida de muitos casais. O que as pessoas precisam entender é que é comum, pode acontecer com qualquer pessoa mas hoje tem tratamento e a reversibilidade em casos de diagnóstico precoce é muito grande”, comenta a médica do IVI Salvador, Dra. Isa Rocha.
É importante salientar que a infertilidade não tem preferência de sexo, como algumas pessoas imaginam. Segundo pesquisas, a infertilidade por problemas femininos ocorre em 40% dos casos; por problemas masculinos também em 40% dos casos. E, por problemas em ambos, ocorre em 20% dos casos. Ou seja, o casal deve sempre buscar ajuda junto!
Junho, mês de conscientização sobre a fertilidade
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, algo entre 50 e 80 milhões de pessoas em todo o mundo são atingidas pela infertilidade. Dentre as maiores dificuldades enfrentadas por quem sofre com isso está a desinformação.
O problema é grave. Já vimos que pode atingir muita gente e, por isso, ganhou um dia mundial de conscientização, o dia 4 de junho. O objetivo da data é tentar naturalizar o assunto. Isso porque mesmo quando a infertilidade é diagnosticada, muitas vezes, o tratamento é simples. Por isso, o mês de junho traz destaque para o debate acerca do assunto.
Infelizmente pelo preconceito e por todo o peso que o tema carrega, muitas pessoas terminam passando a vida inteira amarguradas, achando que não conseguirão realizar seu sonho.
Nem todo casal infértil precisa passar por tratamentos caros e complexos. Quando o diagnóstico é feito corretamente, há grandes chances de curar rápido. E ressaltamos: o mês de junho surge justamente como um momento para que se debata o tema.
“É necessário trazer à tona esses dados. Mostrar que é comum, que muita gente pode estar sofrendo em silêncio, sendo que um simples ato de buscar a informação pode mudar a vida”, conta Dra. Isa Rocha.
O mês de conscientização sobre a fertilidade é momento de fazer as pessoas terem acesso à informação e não deixar que um tema controverso seja vilão na vida de tanta gente.
Fertilidade: Quando se preocupar
Quando se fala em fertilidade, deve-se considerar muitos fatores antes de buscar uma resposta sobre a desconfiança de ter o problema. Idade das pessoas, hábitos de vida, prática de exercícios, ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), outras doenças, etc. A lista de variáveis que podem influenciar é grande.
De modo geral, é considerado infértil o casal que tenta engravidar sem o uso de métodos contraceptivos por cerca de 1 ano e não consegue. Nesses casos, o mais indicado é buscar o mais breve possível a ajuda médica, para tentar identificar o que pode estar causando a infertilidade e tratar.
“Desde a idade dos pacientes até o histórico familiar, investiga-se tudo. A medicina reprodutiva avançou muito nos últimos tempos e hoje é possível reverter diversos quadros. Onde não for possível, ainda assim, existem soluções como uso de um banco de sêmen, ou a ovodoação. O casal não deve ter medo. Quando antes se iniciar a investigação, antes pode se alcançar o sonho”, explica Dra. Isa.
Principais causas da infertilidade feminina
Mulheres até 30 anos têm maiores chances de engravidar. Caso tenha entre 30 e 34, as chances caem. E, nos casos em que a mulher já passou dos 35 anos, as chances são de aproximadamente 20% por mês. Por isso, a mulher precisa se planejar.
Já sabemos que a idade é um dos principais vilões no quesito “fertilidade”. Então, se a mulher pensa em algum dia ser mãe, mas ainda não sabe quando – mesmo que ainda nem seja casada ou não tenha companheiro(a), o ideal é realizar o congelamento dos óvulos. Assim, se preserva a fertilidade para quando chegar o momento ideal da gestação.
Outras possíveis causas da infertilidade nas mulheres pode ser a menopausa precoce, a endometriose, obstruções ou lesões das trompas, anomalias uterinas e cervicais ou ainda problemas ovulatórios.
Mas a lista não para por aí. Há ainda outros fatores de risco como miomas, infecções sexualmente transmissíveis, doenças crônicas como diabetes, câncer, doenças da tireoide, asma ou depressão e até o uso de medicamentos como antidepressivos.
Principais causas da infertilidade masculina
Muita gente não sabe, mas a fertilidade masculina também é afetada pela idade. Quanto mais velho for o homem, maiores as chances de haver alguma alteração na qualidade ou quantidade da produção dos espermatozoides.
As causas mais comuns de infertilidade nos homens incluem a varicocele (varizes na região escrotal), que é diagnosticada por um simples exame físico e é responsável por até 40% dos casos.
Outras possíveis causas são a Falência Testicular Primária, Infecções Seminais, Criptorquidia (testículos fora da bolsa testicular), Obstruções do Epidídimo (ou canal deferente) e Disfunções Hormonais.
Claro que também entram para a lista as infecções sexualmente transmissíveis e a influência dos hábitos de vida. Homens que fazem uso constante de tabaco, bebidas alcoólicas e outras substâncias podem ter sua fertilidade comprometida.
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