A medicina reprodutiva não está relacionada apenas com os tratamentos para superar a infertilidade e conseguir engravidar. Os avanços da tecnologia permitem que esta área avance e possa ajudar muitas pessoas, inclusive com um papel importante na luta contra o câncer de mama.
Diagnóstico precoce é a palavra chave para a cura de qualquer câncer e também na sua relação com a reprodução humana. Os dois pontos que relacionam oncologia e medicina reprodutiva são:
– Prevenção da perda da fertilidade após tratamento contra o câncer
– Identificar e prevenir mutações relacionadas ao câncer de mama hereditário e de ovário
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Prevenção da perda da fertilidade após tratamento: Ser mãe depois do câncer
Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), estima-se 57.960 novos casos de câncer de mama em 2016 no Brasil. O câncer de mama é mais frequente a partir dos 50, no entanto, sua incidência cresce progressivamente acima dos 35 anos, afetando pacientes que recebem o diagnóstico quando ainda pretendem ter filhos.
As chances de engravidar naturalmente após tratamento contra o câncer de mama são reduzidas, pois a quimioterapia e radioterapia afetam e muitas vezes comprometem a reserva ovariana permanentemente. Para prevenir este risco, é preciso que a paciente tenha a liberação do seu oncologista por um período aproximado de 10 dias para o congelamento de óvulos, que é principal técnica utilizada para preservar a fertilidade antes do tratamento.
O Tratamento para congelar de óvulos não afeta o prognóstico do câncer. Os hormônios necessários para obter os óvulos que serão congelados foram motivo de dúvida para oncologistas e pacientes, mas atualmente esta dúvida foi totalmente superada através do amplo estudo que recebeu o prêmio “Alejandro Novo González 2016” da sociedade Galega de Obstetrícia e Ginecologia.
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Identificar e prevenir mutações relacionadas ao câncer de mama hereditário: Filhos livres da mutação que aumenta os riscos de desenvolver a doença
Outro ponto importante da medicina reprodutiva contra o câncer é a possibilidade de identificar mutações que aumentam exponencialmente o risco de desenvolver o câncer de mama e de ovário. Foi baseado em um exame deste tipo (BRCA1/BRCA2) que a atriz Angelina Julie decidiu junto com seu oncologista fazer a retirada preventiva das mamas e ovários. Este teste pode beneficiar pacientes e seus familiares personalizando protocolos de cura.
Também foi graças ao teste BRCA e posterior diagnóstico genético pré-implantacional (PGD) que uma paciente da clínica IVI Vigo, na Espanha, deu à luz a duas meninas livres da mutação do câncer evitando que a hereditariedade desta doença pudesse um dia atingir suas filhas.
O Outubro Rosa é um período para lembrar a importância de prevenir o câncer de mama! Espalhe essa notícia!
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