A progesterona é um hormônio que influencia na gravidez e na fertilidade. Mas, o que nem todos sabem, é qual a função desse hormônio. Como ele atua na fertilidade e na sexualidade feminina? O que o desequilíbrio desse hormônio pode causar? Quando realizar o exame de progesterona?
A progesterona é um hormônio feminino produzido pelo corpo lúteo no ovário. Mas, ele também está presente no corpo masculino, só que em quantidades menores do que na mulher.
Junto com o estrogênio a progesterona tem um papel fundamental para a fertilidade feminina, conforme você já comprovou em nosso post sobre o período fértil. O estrogênio é o hormônio mais ativo na primeira fase do ciclo menstrual até a liberação do óvulo, enquanto a progesterona atua mais na segunda fase após a ovulação, para garantir que caso o óvulo tenha sido fecundado, o embrião se desenvolva até o nascimento de um bebê perfeito.
Com o aumento da idade da mulher a partir dos 35 anos, a produção de progesterona reduz, bem com é reduzida a fertilidade pelo envelhecimento dos óvulos e diminuição de reserva ovariana (quantidade de óvulos que a mulher armazena desde seu nascimento).
Na mulher, a progesterona ajuda a preparar o útero para receber o embrião. Ela colabora com o preparo do revestimento do útero (endométrio), para receber o óvulo fertilizado. Se o óvulo não for fertilizado pelo espermatozoide, os níveis de progesterona caem e ocorre a menstruação.
No período da gestação, a placenta também produz altos níveis de progesterona. Iniciando no final do terceiro mês, e continuando até o nascimento do bebê. Uma mulher grávida, pode ter níveis de progesterona até 10 vezes mais altos do que uma mulher que não esteja grávida.
Nos homens, o papel da progesterona se concentra na espermatogênese. Além disso, o hormônio inibe a ação da enzima 5-alfa-redutase. Evitando que o organismo converta testosterona em DHT (diidrotestosterona), hormônio que é tido como causador da calvície, acne, do hirsutismo, ginecomastia, e, recentemente, do câncer da próstata.
A progesterona e a gravidez
A progesterona é essencial para a preparação do endométrio (revestimento uterino), onde o embrião vai implantar-se, desenvolver e permanecer durante a gravidez, sendo que a implantação é o momento em que o embrião se instala no útero e cria as conexões necessárias para crescer e desenvolver-se adequadamente. Esse processo leva o nome de nidação.
O papel da progesterona não se limita à confirmação da gravidez. A evolução da gestação depende também da ação da progesterona, que inibe a lactação durante a gravidez e sua diminuição após o parto impulsiona a produção do leite materno. Acredita-se também que essa diminuição facilita o trabalho de parto. O feto também se beneficia da progesterona, pois ele metaboliza o hormônio da placenta para a produção de esteroides supra-renais, fundamentais para sua formação.
Quando realizar o exame de progesterona
O exame de progesterona é feito para investigar os níveis de progesterona no sangue da mulher. Assim, verificar se eles estão adequados para que seja possível ocorrer uma gravidez. Não existem contraindicações para realizar o exame. Ele pode ser feito antes ou durante a gestação. Além de ser indicado para as mulheres grávidas, pode também ser indicado para mulheres que queiram engravidar. Principalmente mulheres que já passaram por abortos espontâneos, sangramentos ou que deram à luz um natimorto. O exame para dosagem do hormônio deve ser realizado por volta do 20o dia do ciclo menstrual. Indica-se para confirmar se a ovulação ocorreu no ciclo menstrual avaliado.
Já durante o tratamento com alguma técnica de reprodução assistida, a dosagem da progesterona é realizada antes da punção, o que ajuda a identificar o momento correto para a transferência dos embriões. Quando a progesterona se eleva antes do momento esperado, pode diminuir a chance de uma gravidez. Nesse caso, o melhor a fazer é congelar os embriões e fazer a transferência embrionária em um novo ciclo.
Além das razões citadas acima, o exame também pode ser indicado para: monitoramento de uma gestação arriscada, sangramento anormal em mulheres que não estejam grávidas, ou ainda em diagnósticos de aborto espontâneo, gravidez ectópica; na verificação para saber se a ovulação está normal, para ajudar a diagnosticar problemas com glândulas suprarrenais e alguns tipos de câncer.
Preparação e realização do exame
É um exame de sangue e para realiza-lo é necessário fazer um jejum de apenas três horas. É importante lembrar que o uso de certos medicamentos que contêm estrógeno ou progesterona (pílulas anticoncepcionais, por exemplo) pode interferir no resultado do teste. Por causa disso, relate ao médico todos os medicamentos que você ingere para que ele consiga fazer os ajustes necessários.
É importante informar também se foi realizado algum exame de raio x nos últimos sete dias, pois isso pode interferir nos resultados do exame. Deve-se realizar o exame entre o 20° e o 24° dia do ciclo menstrual. Por isso, informe ao médico o primeiro dia do seu último período menstrual.
Resultados do exame de progesterona
O resultado do exame de progesterona, normalmente, fica pronto em até 24 horas após realizado. Ele vai avaliar os níveis desse hormônio no sangue. Em geral, os resultados normais do teste sérico de progesterona são os seguintes:
até 90 ng/dL – durante a menopausa;
400 a 2000 ng/dL – durante a fase lútea (última fase do ciclo menstrual);
até 105 ng/dL – durante a fase folicular (fase inicial do ciclo menstrual);
11,2 a 90 ng/mL – mulheres grávidas no primeiro trimestre;
25,6 a 89,4 ng/mL – mulheres grávidas no segundo trimestre;
48,4 a 42,5 ng/mL – mulheres grávidas no terceiro trimestre.
Já nos homens, o nível de progesterona considerado normal é de 20 a 90 ng/dL. Nas crianças que ainda não estão na fase da puberdade, os valores considerados normais são de até 40 ng/dL.
Os valores altos de progesterona, além da gravidez, podem ter causas como: câncer do ovário ou adrenal; superprodução de hormônios causada pelas glândulas suprarrenais; ou cistos no ovário.
Já os valores baixos do hormônio, podem estar ligados a: infertilidade; ciclo menstrual irregular; depressão; gravidez ectópica; redução da função ovariana; interrupção da menstruação (menopausa). Ou ainda, aborto espontâneo, e/ ou sistema imunológico baixo.
O exame de progesterona é muito importante para o diagnóstico de problemas de fertilidade e acompanhamento da gravidez. Além de distúrbios hormonais. Por isso, é fundamental o acompanhamento das alterações dos níveis desse hormônio para garantir a saúde sexual da mulher e uma possível gravidez.
Vale ressaltar também que todo exame feito deve ser avaliado por um médico especialista no assunto.
Alimentos que ajudam a aumentar os níveis do hormônio
A nossa alimentação é fator determinante para uma boa saúde e um bom funcionamento do nosso organismo. Se alimentar bem auxilia na manutenção da saúde, na prevenção e no tratamento de doenças, e melhora o desempenho na atividade física.
Além disso, uma boa alimentação colabora para o controle do peso corporal, nos estados de alergias e intolerâncias alimentares, na redução de fatores de risco para doenças crônicas, e também na produção de progesterona. Afinal de contas, o hormônio é produzido naturalmente pelo nosso corpo.
E, para ajudar nessa produção de progesterona, alguns cuidados na alimentação podem ajudar a aumentar a sua concentração no organismo. Entre eles estão: tomar chá de cúrcuma, tomilho ou orégano, e aumentar a ingestão de alimentos ricos em vitamina B6, como fígado bovino, banana e salmão.
Aliado a isso, é interessante tomar um suplemento de magnésio (sempre com orientação de um nutricionista); optar por alimentos com elevada quantidade de proteína; e fazer consumo de alimentos ricos em vegetais, frutas e legumes de folhas escuras, como o espinafre.
Dar preferência a alimentos orgânicos também pode ajudar na produção de progesterona. Os produtos químicos utilizados nos alimentos embalados podem prejudicar a capacidade do corpo na produção de hormônios.
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