A recepção de óvulos é um dos recursos que a medicina reprodutiva usa para efetivar o sonho de muita gente. Quando uma mulher ou um casal vai iniciar um tratamento de reprodução assistida, a principal meta realmente é ter um filho saudável nos braços.
Mas e a estrada para chegar até lá? Qual o melhor tratamento? Às vezes, quando o caminho para alcançar esse sonho passa pela necessidade da doação de óvulos, por exemplo, surgem muitas dúvidas, questionamentos e até medos.
Para esclarecer todas as dúvidas, consultamos a especialista do IVI Salvador, Dr. Agnaldo Viana. Aqui, ele vai contar um pouco da sua experiência com pacientes que passaram pelo processo de um tratamento desse. E vai falar um pouco sobre as principais dúvidas que surgem quando a expressão “recepção de óvulos” é mencionada em uma consulta.
“Cada vez mais as mulheres estão prorrogando o sonho da maternidade. Por diferentes motivos. Pessoais, perspectivas maiores na carreira, e até circunstâncias sociais. A verdade é que, em nossa cultura, a “idade ideal de maternidade” não coincide em nada com a idade social de nossas jovens”, conta Agnaldo.
Os motivos são diversos. Os estudos, o início de um novo projeto de trabalho, a estabilidade econômica desejada, até mesmo a estabilidade emocional. Isso vem sendo alcançado aos poucos, e não necessariamente na idade que a natureza marca como a ideal para se tornar mãe.
Assim, aumenta o número de pessoas que recorrem aos tratamentos de reprodução assistida
Por todas essas circunstâncias, hoje, o número de tratamentos de reprodução assistida que são realizados com recepção de óvulos aumentou. Essa técnica é uma das mais eficazes quando se trata de tornar real o desejo da maternidade.
A recepção de óvulos é um caminho alternativo, uma opção real, segura e viável para aquelas mulheres que postergaram a maternidade por projetos diversos e não se prepararam previamente. Não congelaram seus óvulos. Seja por circunstâncias impostas ou voluntárias, ou simplesmente porque a vida às vezes é complicada.
A recepção de óvulos e a sociedade
O especialista explica que é muito normal ouvir durante a consulta, dúvidas sobre o assunto. Muitas vezes a paciente pergunta: “a doação de gametas é legalizada em nossa sociedade?”. Sim, o processo de doação é autorizado há mais de 15 ou 20 anos pela lei brasileira. “Muitas mulheres fazem esse tratamento?” Cerca de 20 mulheres por mês só no IVI Salvador.
E é justamente por a idade ser um dos maiores motivos que as mulheres procuram os centros de medicina reprodutiva. A prática torna-se mais comum nos tratamentos de reprodução assistida em quase todas as clínicas do Brasil.
Este tratamento tem o mesmo objetivo dos outros tratamentos: satisfazer o desejo de constituir uma família. De conseguir concretizar mais um projeto de vida, no momento escolhido pela mulher, ou pelo casal.
Cada pessoa precisa tomar a decisão no seu tempo
O fato de a recepção de óvulos ser socialmente normalizada, não isenta que a mulher, ou os casais, que irão ingressar nesses processos, tenham suas dúvidas e preocupações. No início, as pessoas normalmente levam um choque. Aí entram numa mistura que envolve o duelo genético, a raiva, o desinteresse e a irritabilidade. Às vezes, o casal tem aquela indicação clínica como uma condenação, como algo ruim, mas, pelo contrário, é uma técnica renomada para viabilizar o sonho do casal.
Depois disso, vem a fase em que se consegue enxergar o problema, e depois aceitá-lo. Vale lembrar que, cada pessoa tem o seu tempo para chegar a essa aceitação. Mesmo um casal, cada um pode passar pelos momentos em tempos diferentes. Você tem que respeitar os momentos de necessidade de cada paciente.
Segundo Dr. Agnaldo, os psicólogos e terapeutas são uma parte muito ativa e importante no processo de aceitação da ovorecepção. A mulher, ou o casal, pode precisar de uma rede de apoio para aceitar um óvulo doado, pois não é algo tão simples.
Quais são as perguntas mais comuns sobre o tratamento?
De acordo com os profissionais do setor de ovodoação do IVI, algumas perguntas são bem características durante o processo. E, para conhecer melhor, é necessário contrastar opiniões e compartilhar medos, inquietações, dúvidas e questionamentos.
As principais perguntas são:
Quem são as doadoras?
Quais exames médicos e psicológicos elas realizam?
Como e quem escolhe a doadora?
Quão importante é o vínculo genético?
Por que o vínculo afetivo é tão importante?
O que determina a carga genética?
Então, se você também tem as mesmas dúvidas, não tenha medo ou receio de perguntar. Anote para não esquecer nada, e sempre repasse essas perguntas durante a consulta. Os profissionais sempre estarão à disposição para ajudar a sanar todas as preocupações que surgem quando a expressão recepção de óvulos é dita durante a consulta.
Qual o papel da epigenética na recepção de óvulos?
A epigenética é uma área da biologia que estuda e busca compreender as mudanças reversíveis na expressão gênica. Ou seja, os componentes que podem modificar como os genes são lidos sem alterar a sequência do DNA.
Diz respeito sobre as alterações do DNA que não modificam sua sequência. Mas, afetam a atividade de um ou mais genes. Adicionar compostos químicos a genes, por exemplo, pode alterar sua atividade, sem necessariamente promover mudanças no DNA.
O desenvolvimento da gravidez é fundamental para determinar o mapa genético do bebê. E também, um estudo do IVI, determinou a conexão e a modificação que o útero materno faz no embrião. A equipe IVI está sempre trabalhando e investigando esse vínculo que se estabelece no útero, entre mãe e filho. Em poucas palavras, aquele filho só pode ser gerado pelo útero daquela mãe, mais nenhum outro.
Com boas informações, você sempre terá uma visão mais ampla sobre todo o processo. O que lhe permitirá tomar decisões com mais liberdade. E qualquer que seja a sua decisão, sempre será a mais acertada.
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