A ultrassonografia pélvica é um exame diagnóstico não invasivo, importante para avaliar estruturas pélvicas femininas. É utilizado para a visualização de órgãos localizados na região onde estão os órgãos reprodutores (útero, colo uterino, vagina, tubas uterinas e ovários).
“O exame auxilia no diagnóstico de diversas doenças. Além disso, avalia a capacidade reprodutiva e identifica problemas relacionados à reprodução. Esse tipo de exame também é utilizado no acompanhamento de tratamentos, incluindo o desenvolvimento dos folículos nos tratamentos de reprodução assistida”, conta a médica do IVI Salvador, Dra. Isa Rocha.
Na área obstétrica, ele é solicitado para verificar a evolução da gestação e do feto. O ultrassom pélvico pode ser ainda indicado para avaliar outros órgãos da cavidade abdominal, como fígado, vesícula ou rins. E, em casos masculinos, para analisar, por exemplo, alterações no trato urinário, na próstata e nas vesículas seminais.
Quando esse exame é indicado
A ultrassonografia pélvica é utilizada para diagnosticar e auxiliar no tratamento das diferentes condições. Na área ginecológica possibilita identificar patologias uterinas, como síndrome dos ovários policísticos, cistos ovarianos, endometriomas, miomas ovarianos, pólipos, anormalidades na estrutura do útero e ovários.
Uma possível inflamação na pelve (doença inflamatória pélvica), obstrução em tubas uterinas e sangramento anormal, também são diagnosticados através do exame hidrossalpinge.
A ultrassonografia pélvica feminina também é realizada para avaliação da endometriose. Considerado um distúrbio inflamatório que pode dificultar a fertilidade. O exame oferece alta sensibilidade, indicando os locais das lesões e profundidade.
Também é o principal exame realizado para avaliação da reserva ovariana, proporcionando a contagem dos folículos antrais. Nas tubas uterinas é importante para indicar a presença de líquido, chamada hidrossalpinge. Além de gravidez ectópica, quando o embrião se implanta? em uma das tubas ou outros órgãos da pelve, em vez do útero.
O ultrassom pélvico possibilita, ao mesmo tempo, confirmar a adaptação ou localizar um dispositivo contraceptivo intrauterino (DIU), avaliar irregularidades menstruais e sangramento pós-parto.
Nos tratamentos de reprodução assistida, é o método escolhido para acompanhar o desenvolvimento dos folículos durante a estimulação ovariana, primeira etapa das três técnicas de reprodução assistida: coito programado, inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV).
Na relação sexual programada, o exame determina o melhor período para a relação sexual, aumentando, assim, as chances de concepção. Na IA, ele auxilia no processo de inseminação, indicando o melhor momento para que ela ocorra. E na FIV, esse tipo de ultrasson auxilia em procedimentos como a punção folicular para aspiração dos óvulos e guia a transferência de embriões.
Já na obstetrícia, ele é realizado para confirmar uma gestação. Esse exame pode ser recomendado durante a gravidez para investigação, visto que é considerado um procedimento seguro, que não emite radiação e não apresenta riscos para a mulher ou para a gestação.
Durante a gravidez ele é realizado para avaliar o desenvolvimento do feto e seu bem-estar, além de identificar causas de um possível sangramento vaginal ou aborto, monitorar os batimentos cardíacos do bebê e examinar a placenta.
A ultrassonografia pélvica pode ser associada ao Doppler, que permite a avaliação do fluxo sanguíneo da placenta para o feto e a formação dos órgãos, da mesma forma que acompanha a evolução da gestação e o desenvolvimento fetal, indicando malformações.
Como a ultrassonografia pélvica é realizada
A ultrassonografia pélvica é um exame de imagem realizado por meio de um aparelho chamado transdutor. Ele emite e capta ondas sonoras, que são transformadas em imagens em tempo real. Assim, é possível visualizar estruturas internas do corpo.
Os tipos de ultrassom pélvico mais utilizados para avaliar a saúde feminina são o abdominal e o transvaginal. Nenhuma delas requer uso de qualquer tipo de sedação ou anestesia. Em alguns casos, os dois métodos podem ser adotados. Ambos os exames podem durar entre 15 minutos e uma hora, de acordo com cada caso.
A transvaginal, ou endovaginal, é feita pela vagina, com a mulher em posição ginecológica. O transdutor é coberto por um gel condutor, que melhora a condução das ondas sonoras e por uma proteção de látex ou plástico lubrificada.
Após ser inserido pela vagina, o aparelho é girado ou levemente inclinado para que alcance as áreas a serem analisadas. Com os giros e inclinações, esse exame pode provocar uma leve pressão quando o transdutor é movido, podendo causar ou não um pouco de desconforto. Esse é o método mais utilizado quando há suspeita de infertilidade, pois possibilita maior aproximação com os órgãos.
A ultrassonografia abdominal ou suprapúbica é feita pelo abdome, com a paciente deitada de costas em uma maca. Um gel condutor é colocado entre a pele e o transdutor posicionado sobre a região. O transdutor é levemente pressionado contra a pele e movimentado em diferentes direções pela área a ser estudada.
Outro tipo de ultrassom, conhecido como ultrassom com Doppler, também pode ser indicado se houver suspeita de estreitamento, dilatação ou oclusão de um vaso. É muito importante para a área obstétrica, pois permite verificar o fluxo sanguíneo da placenta para o feto e a formação dos órgãos. Ele possibilita acompanhar a evolução da gestação e o desenvolvimento fetal.
O preparo para realizar uma ultrassonografia pélvica
Para a ultrasson transvaginal não é necessária uma preparação prévia. Já no caso da ultrassonografia pélvica abdominal, o exame é feito em região supra-púbica, e precisa de preparo específico.
A orientação é que a bexiga esteja cheia, facilitando a obtenção de imagens. Para isso, é indicado que adultos tomem cerca de 4 a 5 copos de água duas horas antes do exame, e retenham a urina.
Para o ultrassom utilizado na avaliação da endometriose, o preparo deve iniciar no dia anterior, com a ingestão de um comprimido laxante, conforme indicação médica. No dia da ultrassonografia, duas horas antes do procedimento, é necessária a limpeza do intestino baixo.
O objetivo desse procedimento é eliminar resíduos fecais e gases localizados nessa região do intestino, melhorando a qualidade da visualização de lesões na endometriose e avaliação de órgãos como os ovários.
De um modo geral a menstruação não interfere na realização do ultrassom pélvico. Os resultados também não são alterados. Entretanto, alguns médicos solicitam o exame em determinada fase específica do ciclo menstrual. É bom ficar atenta às orientações e solicitações médicas.
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