O espermograma é um exame cujo objetivo é analisar a qualidade e a quantidade dos espermatozoides. Também chamado de análise do sêmen, contagem espermática, citologia seminal ou estudo da morfologia espermática. Além disso, observa a saúde do sistema reprodutivo do homem. Através do exame, é feita também uma analise das condições físicas e químicas do sêmen masculino.
Nesse estudo, são avaliadas as propriedades do espermatozoide e as condições dele para fertilizar o óvulo feminino. É um teste indolor, não invasivo, e não oferece risco para a saúde. Para realizá-lo, o próprio homem efetua a coleta do sêmen através da masturbação.
O teste pode ser solicitado pelo urologista, endocrinologista ou por um especialista em reprodução humana. Normalmente quando está sendo investigada a infertilidade de um casal, o exame é solicitado. Em uma possível incapacidade do homem de procriar naturalmente, é possível tratá-lo.
Mas, além de avaliar a capacidade reprodutiva do homem, esse exame também é solicitado após uma cirurgia de vasectomia. Isso possibilita avaliar o funcionamento dos testículos. A análise do sêmen ajuda a avaliar as funções dos testículos e das glândulas seminais, servindo assim para monitorar a fertilidade após a cirurgia (indicando o sucesso ou o fracasso da operação).
Para que serve o espermograma
A coleta deve ser feita na clínica para evitar qualquer contaminação ou resultado alterado por má preservação e transporte do material. É colhida uma amostra do sêmen em um frasco estéril. Para o homem se preparar corretamente para o exame, algumas orientações devem ser seguidas.
É necessário abstinência ejaculatória de 3 a 5 dias, e deve ser feita a higienização das mãos e do órgão sexual antes da coleta. Ainda assim, apesar de todos os cuidados tomados, às vezes o exame é realizado duas vezes – com um intervalo de mais ou menos quinze dias – pois algumas influências físicas e psicológicas (estresse, medicamentos…) podem afetar no resultado final.
Como são as análises do espermograma
Após realizadas as coletas, o sêmen é analisado macroscopicamente, ou seja, a olho nu. E também microscopicamente, quando envolve a análise de critérios que só podem ser visualizados com o auxílio de um microscópio. A partir das análises realizadas em laboratório, é confeccionado um laudo contendo todos os parâmetros relacionados ao exame de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde.
Os espermatozoides são então avaliados quanto à sua forma, quantidade e mobilidade. Como a contagem espermática normalmente é indicada quando casais estão tendo problemas na hora de engravidar, através da contagem e da análise morfológica do sêmen, o exame vai definir a possível razão de infertilidade.
Através da análise seminal (fluido que contém espermatozoides, açúcar e proteínas, e que é liberado pelo homem através da ejaculação), o espermograma busca, também, medir alguns fatores. O volume de sêmen; a concentração de espermatozoides por mililitro de sêmen (que deve ser maior do que 15 milhões); e a liquefação (capacidade de se tornar líquido).
Além disso, é feita a contagem do número de espermatozoides; analisa-se o tamanho, cor e formato; a velocidade de progressão, e o movimento (ou motilidade) dos espermatozoides. Enfim, o exame busca definir se existe alguma razão física, genética ou imunológica que esteja causando infertilidade no homem.
Outros diagnósticos que podem ser identificados
Além de uma possível infertilidade, a análise do sêmen pode apresentar outros diagnósticos. Ao analisar a viscosidade e a acidez das amostras pode-se identificar problemas com a próstata do paciente. Caso resultados anormais sejam encontrados, os médicos podem indicar exames de toque retal ou biópsia da próstata para acatar ou descartar possíveis diagnósticos.
O exame pode ainda identificar uma azoospermia, que é a ausência de espermatozoides na amostra de líquido seminal. O problema pode ser congênito ou pode ter sido causado por infecções bacterianas, DSTs ou obstruções nos canais seminais. Indicador de infertilidade.
Outro diagnóstico que pode ser identificado através do espermograma é a oligospermia que é uma concentração de espermatozoides por mL inferior ao normal. Essa baixa concentração pode ser causada por varicocele, infecções no sistema reprodutor e DSTs. Pode ainda se manifestar por conta de efeitos colaterais de medicamentos como o cetoconazol ou o metotrexato.
Quando o resultado mostra que os valores de motilidade (progressiva ou não progressiva) são menores do que o padrão, o diagnóstico é identificado como astenospermia. Que pode ser causada por alcoolismo, doenças autoimunes (como o HIV), ou nível elevado de estresse.
O espermograma pode identificar ainda a teratospermia. O problema se trata de uma má formação – alterações morfológicas – dos espermatozoides. Pode ser causado por uso de drogas, inflamações no sistema reprodutor e varicocele (dilatação anormal das veias dos testículos).
Espermograma, infertilidade e medicina reprodutiva
Quando o espermograma apresenta um resultado alterado não é sinônimo de que um homem não possa realizar o sonho de ser pai. Os tratamentos de reprodução assistida podem tornar possível a paternidade. Para isso, é fundamental que ele procure um médico que atue na área para avaliar os resultados e indicar se há tratamentos que possam auxiliar o casal.
O primeiro passo será o médico realizar o diagnóstico do problema, que é baseado no resultado do espermograma aliado a outros exames adicionais, e exame físico. Dependendo do diagnostico, o médico vai sugerir tratamentos cirúrgicos ou clínicos.
Em alguns casos em que não se aplicam tratamentos cirúrgicos ou com remédios, a alternativa é recorrer aos tratamentos de reprodução assistida (inseminação intrauterina, fertilização in vitro, biópsia do testículo e congelamento de sêmen – em casos de tratamento do câncer). Aqui, a investigação se estende ao casal para a indicação da melhor técnica de acordo com a saúde de ambos.
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