Saco gestacional é uma membrana, localizada na parte central do útero, que tem a função principal de proteger e ajudar no desenvolvimento do bebê, especialmente durante os 3 primeiros meses da gestação. Essa membrana mede de 2 a 3 mm de diâmetro e é a primeira estrutura que pode ser vista no ultrassom. Por isso, ajuda na confirmação da gravidez.
É a partir do saco gestacional que estruturas como a bolsa amniótica e a placenta se formam, para auxiliar na nutrição do bebê até o seu nascimento. E ao contrário do que muita gente pensa, ele não surge no momento da fecundação e sim, depois que o blastocisto se divide em dois, gerando o embrião e o saco gestacional.
Essa divisão normalmente acontece por volta da 4ª ou 5ª semana de gravidez, quando o hormônio Beta HCG atinge os níveis necessários para serem identificados no sangue. Na 6ª semana de gestação, o saco gestacional já começa a aparecer no ultrassom transvaginal.
Dentro da membrana está ainda a vesícula vitelina, uma estrutura que irá nutrir e levar sangue e oxigênio ao embrião temporariamente, enquanto a placenta vai sendo formada.
“Essa é uma estrutura sensível, muito minúscula, mas importante demais para o desenvolvimento da gestação. Muita gente até desconhece a presença do saco gestacional dentro do processo. Para acompanhar o passo a passo e identificar se o seu desenvolvimento está ocorrendo conforme o esperado, é fundamental que a gestante mantenha consultas regulares com seus médicos”, conta a Dra. Genevieve Coelho, Diretora Médica do IVI Salvador.
No primeiro ultrassom, o profissional obstétrico poderá observar o tamanho do saco gestacional, assim como se ele está implantado e posicionado corretamente no útero.
O tamanho do saco gestacional
Mesmo sendo muito pequeno, o saco gestacional vai crescendo de acordo com a evolução da gravidez, podendo variar de corpo para corpo. Por volta da 4ª semana, é comum que ele tenha cerca de 5 mm de diâmetro. Mas como cada corpo tem suas particularidades, esse tamanho pode variar entre 2 e 8 mm, sem que isso represente um problema.
Na 5ª semana, o tamanho médio do saco gestacional costuma ser de 10mm, podendo variar entre 6 e 16. Na 6ª, 16 mm, com chances de variar entre 9 e 23. Ao alcançar a 7ª semana, o tamanho médio do saco gestacional já é de 23 mm (podendo variar entre 15 e 31). Na 8ª semana, o tamanho médio é de 30 mm, com variáveis de 22 a 38.
E assim segue se desenvolvendo ao longo da evolução gestacional. Quando a mulher chega à 10ª semana de gravidez, é normal que o saco gestacional tenha em torno de 43 mm.
A fase final do saco gestacional é por volta das semanas 11 e 12. Depois desse tempo, ele é substituído pela placenta, que já estará formada e preparada para nutrir o bebê. Nesta última fase do crescimento, o saco gestacional pode chegar a ter 60 mm de diâmetro, em média.
Saco gestacional e o ultrassom transvaginal
O contorno e a forma do saco gestacional podem interferir na saúde da gestação, bem como a quantidade de líquido amniótico. Após a 7ª semana de gravidez, é possível ver o bebê em seu interior, além de escutar seus batimentos cardíacos.
O Ultrassom Transvaginal, além de possibilitar analisar o saco gestacional e seu desenvolvimento ao longo dos primeiros meses da gestação, também ajuda a identificar outros problemas no canal vaginal da mulher.
Sendo um exame não invasivo, o procedimento é feito através de imagens com capacidade de avaliar o canal vaginal, colo do útero, útero, ovários e suas trompas.
Além disso, após a placenta substituir o saco gestacional, o exame transvaginal também ajuda a analisar o desenvolvimento do bebê, seus movimentos, batimentos cardíacos, sinais de aborto e a saúde do bebê em geral.
O exame é indolor e dura de 20 a 30 minutos; o profissional ginecologista irá inserir um transdutor no canal vaginal, o qual emite ondas sonoras de alta frequência e forma as imagens transmitidas pelo monitor.
Problemas com o saco gestacional
Quando tudo vai bem, um saco gestacional saudável tem como referência contornos regulares. Isso quer dizer que foi bem formado e é um meio saudável para o bebê crescer.
Mas há casos em que o saco gestacional se forma com problemas e evidencia uma gravidez inviável mesmo antes do bebê aparecer. Quando o saco gestacional apresenta contornos irregulares e assimétricos, saco decidual ou implantação baixa, as chances da gravidez não evoluir são grandes.
Descolamento do saco gestacional
Ao notar a presença de um hematoma na membrana, seja ele por frequentes esforços físicos, quedas, alterações hormonais, hipertensão e até mesmo pelo uso de drogas ou álcool, é comum que o saco comece a se descolar.
Quando isso acontece, a mulher começa a sentir cólicas – que podem variar de leves a intensas – e pode ainda apresentar sangramentos. Se agravado, este problema pode aumentar a chance de abortos espontâneos. Isso caso o descolamento seja em um nível superior a 50%.
O descolamento é mais comum nos três primeiros meses de gestação, por isso, o pré-natal é importante na hora de decidir o tratamento. Nos casos mais leves, medicamentos e repouso são recomendados para as gestantes. Em outros casos mais graves, a internação é solicitada para evitar maiores complicações e até mesmo abortos.
Como evitar o descolamento de saco gestacional
O descolamento de placenta é um problema temido pelas gestantes, mas infelizmente não é uma questão onde é possível prever ou evitar. A realização dos exames no pré-natal e um acompanhamento adequado podem controlar os problemas que geram o descolamento.
Alguns fatores a verificar são se a produção de progesterona está correta ou até mesmo ganho excessivo de peso durante a gestação.
Saco gestacional vazio
A gravidez anembrionária ocorre quando o óvulo fertilizado chega a se fixar no útero, mas não consegue desenvolver um embrião. Não é comum que aconteça, mas é uma das principais causas de abortos espontâneos no primeiro trimestre de gestação.
Nesse caso, o saco gestacional se forma, mas sem nada em seu interior.
A causa do problema ainda é desconhecida, mas acredita-se que isso ocorra por conta de anormalidades nos cromossomos do embrião. Os sintomas comuns de gravidez como náuseas, vômitos e sensibilidade nos seios continuam, neste caso.
Porém, quando o crescimento do embrião é pausado, os hormônios femininos diminuem e os sintomas também passam.
Vale lembrar que mulheres que passam por uma gravidez anembrionária normalmente têm futuras gestações bem-sucedidas.
Gravidez ectópica
Nesse caso, o óvulo fertilizado se fixará do lado de fora do útero, em estruturas como os ovários, trompas, colo do útero e até na cavidade abdominal. O saco gestacional se formará em outros lugares do corpo, que não o útero.
Além de causar uma gravidez de risco, o embrião pode não ter chances de se desenvolver até o final da gestação.
Os sintomas mais comuns são sangramentos, dores na região pélvica e durante a movimentação do colo do útero. Em casos mais graves, a trompa pode ser rompida e causar desmaios e choques hemorrágicos.
A gravidez ectópica também é identificada por meio de ultrassom. Por isso, quando esse problema se apresenta, a gestação é interrompida para preservar a saúde da mulher, por mais que seja incomum (incidência de 2%).
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