O verão chegou com toda a sua força, e com ele, surge aquela vontade de passear ao ar livre, passar o dia na praia e, consequentemente, tomar sol. Como se sabe, os raios solares são os principais elementos para a absorção de vitamina D pelo organismo.
A vitamina D é considerada um dos principais hormônios, não só para a nossa saúde óssea, como também para o sistema imunológico. Mas você sabia que, além desses fatores, ela pode influenciar na saúde reprodutiva?
O nutriente também é um grande aliado da infertilidade e do sistema reprodutor, ajudando na implantação do embrião.
Se o organismo apresenta baixos níveis de vitamina D, alguns problemas de saúde podem surgir, tais como doenças autoimunes, infecciosas ou cardiovasculares, cânceres, cansaço, depressão, queda de cabelo e demora na cicatrização após lesões ou cirurgia.
O mesmo vale para a fertilidade. A capacidade reprodutiva da mulher diminui quando os níveis de vitamina D estão baixos. A falta do nutriente pode estar relacionada, por exemplo, com casos de endometriose ou com a presença de ovários policísticos.
Geralmente a porcentagem de pessoas com baixos níveis de vitamina D é de 11%; mas nas mulheres com ovários policísticos, o índice chega a 44%.
O que é a vitamina D
A vitamina D, também conhecida como calcitriol, é um hormônio esteroide solúvel em gordura fundamental para o equilíbrio de diferentes órgãos, por controlar mais de 3.000 genes (entre os mais de 20 mil genes existentes no corpo humano) e ter mais de 80 funções no organismo.
Trata-se de um hormônio que atua em diferentes órgãos. Ela é responsável, principalmente, pela absorção do cálcio e pela formação dos ossos. Além disso, ela influencia o sistema imunológico, mantém o funcionamento do cérebro e fortalece ossos e músculos, prevenindo a osteoporose.
Ela tem também um papel importante na saúde reprodutiva, tanto do homem quanto da mulher. Sua ausência pode proporcionar uma série de complicações, como para a fertilidade e a gestação.
Existem dois tipos de vitamina D: a vitamina D2 (colicalciferol) e a vitamina D3 (ergocalciferol). As duas são produzidas com o auxílio da radiação UVB que recebemos pelo sol no dia a dia. O tipo D3 ainda pode ser obtido na alimentação, por meio de alimentos como sardinha, salmão, leite, ovos e iogurte.
Vitamina D x fertilidade
A deficiência de vitamina D no organismo feminino se associa à síndrome dos ovários policísticos. Ela afeta o metabolismo da insulina e a produção das células que formam os óvulos, além de se associar à obesidade.
A escassez da vitamina D também se associa à endometriose, tensão pré-menstrual (TPM) e cólica menstrual. E em relação, especificamente, às grávidas, relaciona-se ao aumento do risco de pré-eclâmpsia (doença grave que acontece no final da gestação), diabetes gestacional, baixo peso quando o neném nascer, prematuridade, hemorragia pós-parto grave e aumento da necessidade de cesariana.
A deficiência da vitamina D é mais existente nas mulheres em idade reprodutiva, causada pela obesidade, estilo de vida e redução da exposição ao sol.
Estudos recentes têm evidenciado que a reposição da vitamina D, também pode ser benéfica nos processos reprodutivos.
A relação entre vitamina D e fertilidade do homem vem sendo estudada e algumas associações já foram bem estabelecidas. Pesquisas recentes apontam que a sua presença se associa, positivamente, à velocidade e à motilidade (movimentação) dos espermatozoides.
Nos homens, a falta de vitamina D também diminui a qualidade dos espermatozoides.
“Além de problemas gerados para a fertilidade e gravidez, a falta de vitamina D no organismo pode causar um aumento no risco de doenças ou infecções, dores musculares, ósseas ou lombar, cansaço, depressão, queda de cabelo e demora na cicatrização após uma cirurgia ou lesões. Por isso, a importância de mantê-la em equilibro”, explica o Dr. Agnaldo Viana, do IVI Salvador.
Como é feita a suplementação de vitamina D
Para manter bons níveis de vitamina D no organismo, é indicada a exposição moderada ao sol: cerca de 20 minutos por dia, sem o uso de protetor solar, evitando horários entre 10h e 17h.
No entanto, quem tem níveis baixos de vitamina D, precisa repor através de suplementos. É necessário, antes, fazer um exame para verificar a dosagem correta. Ou ainda, aumentar o consumo de alimentos como salmão, atum, óleo de fígado de bacalhau, gema, shitake e laticínios.
Os suplementos de vitamina D são indicados para pessoas com hipovitaminose D. O risco de ter essa produção insuficiente aumenta em casos de idade avançada, obesidade, pele negra ou morena, uso constante de barreiras (filtro solar, vestimentas etc.
A hipovitaminose D também pode aumentar em pessoas com maior consumo do hormônio. É o caso de quem usa determinados medicamentos (anticonvulsivantes, antibióticos, antirretrovirais, cetoconazol e isoniazida). O mesmo ocorre em quem tem baixa absorção intestinal.
Assim, sabendo da relação entre vitamina D e fertilidade, se possível, exponha algumas partes do corpo ao sol, por alguns minutos, todos os dias, e inclua peixes gordurosos na sua alimentação. Quando se trata de cuidar da saúde reprodutiva, toda ajuda vale a pena!
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