A infertilidade masculina acontece muito hoje em dia. Mas, quando surge a infertilidade, a ‘culpa’ normalmente cai sobre a mulher. Mas vale ressaltar que a partir de estudos, já ficou comprovado que em boa parte dos casos, a infertilidade é no homem.
“A infertilidade masculina atualmente está no mesmo patamar da feminina. É um momento sempre difícil para o casal, mas o ideal é buscar um especialista assim que algo não estiver bem. O tempo é precioso”, explica o ginecologista do IVI Salvador, Dr. Fábio Vilela.
Quando um casal não consegue engravidar tendo relações sexuais sem o uso de nenhuma forma de anticoncepção pelo período de um ano, em média, é considerado um caso de infertilidade. Por causa disso, quanto mais cedo for identificada a dificuldade, mais tranquilo será o tratamento.
E com o avanço da medicina reprodutiva, mesmo que o quadro de infertilidade seja irreversível, as técnicas para viabilizar a paternidade são inúmeras e oferecem altas taxas de sucesso. Mas para que o sonho se realize, vale o alerta de que a identificação do problema e o tratamento precoce é a melhor coisa a se fazer.
E, conforme o homem vai ficando mais velho, principalmente após os 50 anos, ocorre uma diminuição do número de espermatozoides. Eles vão perdendo a motilidade e ainda podem desenvolver algumas anormalidades. Em alguns casos de infertilidade masculina, podem até mesmo não ser produzidos.
As principais causas da infertilidade masculina
A principal causa de infertilidade masculina é a varicocele. O problema atinge os testículos, dilatando suas veias e formando espécies de varizes. São conhecidas também como ‘varizes do testículo’, e são muito semelhantes as varizes que aparecem nas pernas.
A varicocele atinge em torno de 15% dos homens. Mas vale ressaltar que nem todos os homens que possuem a doença serão inférteis. Assim que se identificar o problema, é ideal realizar acompanhamento e tratamento com um urologista para conter o avanço.
Existem outras possíveis causas para a infertilidade masculina. A obstrução do canal por onde passam os espermatozoides, o que impossibilita o depósito do sêmen na vagina durante as relações sexuais.
Problemas de ereção, ou alterações na produção de sêmen também podem causar infertilidade. Pois provocam diminuição da quantidade e da qualidade dos espermatozoides.
A criptorquidia – que é quando os testículos não descem corretamente da cavidade abdominal para a região escrotal – também é outra possível causa da infertilidade. O problema caracteriza-se pelo posicionamento incorreto do testículo, o que atrapalha a produção de espermatozoides. Deve-se corrigir o problema na infância para evitar a infertilidade.
Estilo de vida e doenças severas também podem ser causas
Hábitos ruins também podem levar a infertilidade masculina. Ou ainda ser fruto de outras doenças, como IST’s (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Na lista entram ainda problemas da tireoide, diabetes ou insuficiência renal e hepática. Fatores genéticos também são causa de infertilidade masculina.
Outros fatores podem contribuir para que o problema se desenvolva, como por exemplo, o câncer de próstata; infecções na próstata; infecções urinárias; doenças neurológicas; radioterapia e quimioterapia; pós-operatório de cirurgia inguinal; e diabetes.
Além de tudo isso, o estilo de vida pode ser uma causa determinante. Uma alimentação muito gordurosa e inadequada, que provoque obesidade, é fator que favorece a possíveis quadros de infertilidade. O uso de drogas, cigarro, anabolizantes ou ainda um consumo excessivo de álcool prejudica o sistema reprodutor de forma geral.
Outro agravante é viver em um clima persistente de estresse. Ou se expor a ambientes tóxicos, como locais com muitos pesticidas ou substâncias do tipo. Para evitar a infertilidade, o recomendado é ter um estilo de vida saudável. Com uma dieta equilibrada e estimulando a prática de atividade física.
Como acontece o diagnóstico da infertilidade masculina
O primeiro passo para descobrir se existe um problema é fazer uma consulta com um especialista. Após a consulta, o médico vai direcionar o paciente para realizar um espermograma, principal exame para o homem.
O exame analisa o volume, o pH, o número total de espermatozoides, a motilidade, a morfologia e os leucócitos. Se o resultado for de 39 milhões ou mais, de espermatozoides na ejaculação, com 32% deles tendo movimento progressivo, as condições para conceber são boas. Mas, a proporção que os índices diminuem, a possibilidade de gravidez vai ficando mais difícil.
Depois, o homem partirá para uma análise hormonal, onde se identifica problemas como as síndromes de Kallmann e de Klinefelter. Esses exames poderão detectar infecções, problemas nas glândulas sexuais acessórias e infecções sexualmente transmissíveis, dependendo da avaliação clínica.
Muitas causas da infertilidade masculina podem ser detectadas também por meio da pesquisa na história familiar do paciente. Por isso, outra opção é realizar um estudo genético, que permite um aconselhamento genético adequado ao casal que pretende ter um bebê. Isto é feito em casos de azoospermia ou oligospermia severa ou ainda quando se está investigando causa de aborto repetido. Dosagens hormonais e ultrassonografia da bolsa escrotal são outras ferramentas que auxiliam diagnósticos.
Como tratar a infertilidade masculina
Dependendo da causa da infertilidade, existem algumas possibilidades de tratamento, que serão avaliadas pelo médico. Se o problema for infeccioso, deve-se tratar o quanto antes.
Caso o problema seja hormonal, o tratamento pode ser feito com ajustes hormonais (a testosterona exógena é uma causa de infertilidade). Em outros casos, o tratamento indicado é cirúrgico.
Mas se nenhum outro tratamento conseguir ser efetivo, os métodos de reprodução assistida (inseminação artificial e fertilização in vitro) têm obtido excelentes resultados. As novas tecnologias trouxeram uma evolução nos tratamentos e ampliaram as possibilidades para o paciente.
A Fertilização in Vitro (FIV) é uma das técnicas pode ajudar na realização do sonho da paternidade. Coloca-se o espermatozoide em contato com o óvulo e após a fecundação, transfere-se para o útero. Ou a ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide) quando ocorre a introdução do melhor espermatozoide no óvulo, e após a fertilização e evolução de embrião que transfe para o útero.
Banco de sêmen
Quando o homem não tem espermatozoide ou a qualidade do sêmen é insuficiente para a concepção; ou a investigação determinar que a infertilidade dele é permanente, o casal – ou a mulher – pode utilizar sêmen de um banco de sêmen nacional ou internacional.
No IVI Salvador, a equipe de enfermagem acompanha o passo a passo do processo, auxiliando o casal que, após a chegada do sêmen, seguirá para o laboratório.
Os bancos de sêmen funcionam com material de qualidade doado por homens voluntários, que são previamente testados para todos os tipos de doenças, inclusive as genéticas. Os receptores do sêmen não podem conhecer o doador, apenas poderão realizar uma seleção junto com a enfermagem, a partir de características que sejam semelhantes ao pai do bebê.
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