Os miomas são tumores benignos que se desenvolvem por conta do crescimento anômalo de células do próprio músculo uterino. Tem forma de nódulo. E é bastante comum nas mulheres entre 30 e 50 anos. Estima-se que cerca de um terço das mulheres em idade reprodutiva terá de lidar com o problema em algum momento.
E justamente por ser algo tão comum, fica a dúvida: miomas podem causar infertilidade? A resposta é SIM! Os miomas podem causar infertilidade. Embora isso aconteça em uma proporção relativamente pequena, se considerarmos o universo de mulheres que é afetado pelo problema.
O mioma pode causar infertilidade devido ao seu tamanho. Ou ainda por sua localização. Ambos os fatores podem deformar a cavidade endometrial, comprometendo a gestação. Além disso, alguns tipos de miomas – como os submucosos – aumentam as chances de aborto de repetição. De modo geral, miomas estão associados a uma redução de 15% nos índices de gravidez.
Mas é importante ressaltar que às vezes os miomas são tão pequenos que não impedem a gestação. E nem aumentam o risco de abortamento ou prejuízo à gestação. Nesses casos, eles não atrapalham em absolutamente nada. Mesmo assim é necessário acompanhamento e observação do quadro.
Sintomas e diagnóstico dos miomas
Alguns dos sintomas mais comuns nas mulheres que desenvolvem miomas são sangramento intenso durante a menstruação, fortes cólicas, urgência de urinar, dor abaixo do umbigo ou ainda a sensação de pressão na região. E também pode acontecer dor durante a relação sexual. Porém, a ausência de sintomas também pode ser comum.
“Como em tudo o que envolve saúde, recomenda-se que a mulher conheça seu próprio corpo e identifique quando algo está fora do eixo. Se o plano for ter filhos no futuro, não demorar de investigar cada detalhe associado.”, alerta a médica do IVI Salvador, Dra. Andreia Garcia.
O mioma normalmente costuma ser identificado por meio de exames clínicos ou de imagem. Como a ultrassonografia transvaginal ou a ressonância magnética da pelve. Embora ainda não se saiba ao certo o que causa o seu aparecimento, os médicos reconhecem uma estreita relação entre o desenvolvimento do tumor e o aumento dos hormônios femininos estrogênio e progesterona.
É comum que o mioma aumente de tamanho durante a gravidez e reduza na menopausa. Além, disso, mulheres obesas têm uma predisposição ao aparecimento de miomas.
Como tratar os miomas
Aqui, sempre vale a observação de que cada mulher é um caso individual. Os tratamentos são direcionados caso a caso. E cada mulher reage de uma forma. Portanto, define-se o tratamento para o mioma de acordo com a avaliação médica. Considerando o tamanho, o número de miomas, a gravidade dos sintomas e a idade da paciente.
É possível tratar miomas em duas vertentes. Uma delas apenas cuidando dos sintomas e a outra é atuando diretamente no foco do mioma.
Quando a opção é tratar os sintomas, normalmente utiliza-se medicamentos e suplementos. Por exemplo, o suplemento de ferro para os casos de anemia. Ou remédios, como as pílulas anticoncepcionais, anti-inflamatórios e até analgésicos para as dores.
Já quando se decide combater o próprio mioma, existem três metodologias viáveis: a histerectomia (retirada do útero), a miomectomia (retirada dos miomas) ou a embolização (redução dos miomas). As técnicas são cirúrgicas.
De todas as opções, a miomectomia é a melhor opção para as mulheres que ainda pretendem engravidar. Realiza-se a miomectomia por laparoscopia. São feitos pequenos cortes na região abdominal, que permitem a inserção de uma micro câmera e retira o mioma.
Os diferentes tipos de mioma
Como dissemos no início, existem diferentes tipos de miomas. Classifica-se os miomas de acordo com a localização no corpo da mulher.
O mioma submucoso é o tipo menos frequente. Ele fica localizado na parte mais interna do útero, junto ao endométrio. Pode causar sangramentos intensos atrapalhando a implantação do óvulo fecundado ou bloqueando o caminho dos espermatozoides até as trompas.
Já o intramural é o tipo mais comum e se localiza na parede muscular do útero, causando cólicas menstruais, fortes sangramentos, sensação de peso no baixo ventre e dores ocasionadas por uma possível compressão de órgãos próximos ao útero.
Ainda existem os miomas subserosos. Estes, ficam localizados na parede uterina, junto ao revestimento externo. Apesar de apresentar menos sintomas, se crescer demais ele pode até comprimir o intestino e a bexiga. Assim, ocasionam outras dores abdominais.
Também podemos encontrar os miomas pediculados. Eles se desenvolvem para o lado externo do útero. E, em geral ficam pendurados após aumentar de tamanho. Não geram sintomas. Mas, podem causar peso no ventre e desconforto para a mulher.
Mioma e a saúde da mulher
Os especialistas alertam que é importante que a mulher se cuide, pois em muitos casos de infertilidade, os miomas não são problemas únicos. Normalmente eles estão associados a outras doenças – como a endometriose – que prejudicam os planos de engravidar.
“A mulher na idade reprodutiva deve redobrar os cuidados com sua saúde. Se tiver plano de ser mãe, é hora de investigar cada detalhe. Muitas vezes os miomas estão relacionados a problemas de saúde mais sérios, e por serem assintomáticos podem passar despercebidos”, explica Dra. Andreia.
Ainda assim, depois de uma investigação, pode-se realizar alguma das técnicas da reprodução assistida, para que a mulher alcance o sonho de ser mãe. Entre as mais usadas hoje em dia – inclusive por pacientes que terminaram se tornando inférteis devido aos miomas – está a Fertilização In Vitro. Que tem taxas de sucesso crescentes ao longo do tempo.
E para os casos das mulheres que descobrem os miomas, mas que desejam postergar a gestação, indica-se que preservem a sua fertilidade através do congelamento de óvulos.
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