A anexite, também conhecida como doença inflamatória pélvica (DIP), é uma infecção nos órgãos reprodutivos femininos que pode causar dores intensas e complicações para quem deseja engravidar. Quando não tratada de forma adequada, a anexite pode levar a danos irreversíveis nas trompas de Falópio, no útero e também nos ovários, comprometendo a fertilidade da mulher.
Muitas mulheres diagnosticadas com essa condição enfrentam dificuldades para engravidar de maneira natural e, nesses casos, a fertilização in vitro (FIV) pode ser uma alternativa bastante eficaz.
Mas como a anexite afeta a fertilidade feminina? E de que forma a FIV (Fertilização in Vitro) pode ajudar quem deseja realizar o sonho da maternidade?
O que é Anexite
A anexite é uma inflamação que acomete as trompas de Falópio, os ovários e, em alguns casos, também o útero. Geralmente, é causada por infecções por bactérias, incluindo aquelas transmitidas através do sexo, como clamídia e gonorreia.
A Dra. Graziele Reis, médica do IVI Salvador, explica: “A anexite pode ser silenciosa ou apresentar sintomas como dor intensa na região pélvica, quadros de febre e corrimento anormal. Quando não tratada de forma precoce, pode causar complicações graves, incluindo a formação de aderências nas trompas, dificultando a passagem do óvulo e levando à infertilidade”.
As principais Causas da Anexite
A Anexite é uma infecção que pode ter diversas origens. Entre as principais, estão as Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Clamídia e gonorreia são os agentes infecciosos mais comuns associados à anexite.
Além disso, infecções bacterianas oportunistas. Bactérias como Escherichia coli podem atingir os órgãos reprodutivos através da corrente sanguínea ou após procedimentos ginecológicos invasivos.
No rol de possíveis causas, está também do uso de dispositivos intrauterinos (DIU). Embora o DIU seja um método contraceptivo bastante seguro, deve-se realizar o acompanhamento ginecológico frequente para controlar possíveis infecções.
o uso inadequado ou a falta de higiene no momento da inserção pode facilitar as infecções.
Sintomas da Anexite
Os sintomas da anexite variam conforme a gravidade da infecção, podendo ser leves ou extremamente dolorosos. Os principais sintomas incluem dor na parte de baixo do abdômen ou na pelve, quadros de febre e calafrios, corrimento vaginal anormal, com odor forte, dor durante a relação sexual (dispareunia), dificuldade ou dor ao urinar e sangramento fora do período da menstruação.
Em casos graves, a infecção pode se espalhar, levando a complicações como abscessos pélvicos e até infertilidade. Além do risco de infertilidade, a anexite também pode aumentar a chance de dor pélvica crônica, afetando significativamente a qualidade de vida das mulheres.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% das pacientes que tiveram anexite recorrente relatam desconforto persistente na região pélvica, mesmo após o tratamento da infecção.
Anexite e Infertilidade: qual é a relação?
A infertilidade causada pela anexite está diretamente relacionada às sequelas que a infecção pode deixar nos órgãos reprodutivos. Como explica a especialista do IVI Salvador: “quando a infecção afeta as trompas de Falópio, podem ocorrer obstruções e aderências que impedem a passagem do óvulo até o útero. Isso compromete a fecundação natural e aumenta o risco de gravidez ectópica, que ocorre quando o embrião se implanta fora do útero”, conta.
Além disso, a inflamação pode prejudicar a qualidade dos óvulos e alterar o ambiente do útero, dificultando a fixação do embrião. Estima-se que cerca de 15% a 20% das mulheres com DIP (doença inflamatória pélvica) desenvolvem infertilidade devido às complicações da doença.
A Fertilização In Vitro (FIV) como alternativa para quem tem Anexite
Para mulheres que tiveram anexite e enfrentam dificuldades para conseguir engravidar de forma natural, a fertilização in vitro (FIV) pode ser uma solução eficaz. Esse procedimento permite que a fecundação ocorra em laboratório, sem a necessidade de que os espermatozoides percorram as trompas.
O processo de FIV (Fertilização in Vitro) envolve algumas etapas. A estimulação do ovário: a mulher recebe hormônios para estimular os ovários a produzirem mais óvulos. Depois, ocorre a coleta dos óvulos, que são retirados por meio de um procedimento minimamente invasivo.
Em seguida, há a fertilização em laboratório. É quando os óvulos são fertilizados pelos espermatozoides. Logo depois, os embriões são monitorados até atingirem o estágio ideal para serem transferidos. Por fim, a transferência embrionária é realizada. Ou seja, um ou mais embriões saudáveis são inseridos no útero para que a gestação ocorra.
“A Fertilização in Vitro (FIV ) é a melhor alternativa para mulheres que tiveram sequelas nas trompas de falópio devido à anexite. Como a fecundação ocorre fora do corpo da mulher, eliminamos o problema da obstrução tubária e aumentamos significativamente as chances de uma gravidez”, reforça a médica.
A Fertilização in vitro (FIV) é indicado para todos os casos de Anexite?
Embora a Fertilização in Vitro (FIV) seja uma excelente alternativa para muitas mulheres, a viabilidade do procedimento depende de alguns fatores, como o grau de comprometimento das trompas, a qualidade dos óvulos e o estado do útero.
Em casos de inflamação severa, pode ocorrer a hidrossalpinge (água nas trompas) e ser necessária a sua remoção e, consequentemente, a realização de uma FIV (Fertilização in Vitro).
No caso do útero, a presença de aderências pode exigir um tratamento prévio para aumentar as chances de sucesso da implantação do embrião.
O ideal é que a paciente passe por uma avaliação prévia completa com especialista em reprodução assistida, para determinar a melhor estratégia de tratamento.
Prevenção e tratamento da Anexite
A melhor maneira de prevenir a Anexite e, portanto, prevenir ISTs (que são as causadoras) é se proteger na hora do sexo. O uso de preservativos é fundamental. Assim como a realização de exames ginecológicos regulares para diagnóstico precoce.
Além disso, evitar múltiplos parceiros sexuais sem a devida proteção. Se detectado o problema, realizar tratamento imediato das infecções, para evitar a progressão da doença. O tratamento precoce com antibióticos pode evitar danos permanentes à saúde da mulher.
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