Os estrogênios são hormônios fundamentais para a saúde da mulher. Eles atuam no ciclo menstrual, na ovulação, na saúde dos ossos e da pele. Mas sua influência vai muito além disso.
Quando falamos em fertilidade, o estrogênio é um dos protagonistas. Seu equilíbrio é essencial para que o corpo esteja preparado para a gravidez.
O que são os estrogênios
Os estrogênios são um grupo de hormônios sexuais femininos produzidos principalmente pelos ovários. Eles estão presentes tanto em mulheres quanto em homens, mas em níveis muito mais altos no organismo feminino.
Entre os principais tipos de estrogênio, estão o estradiol, o estriol e a estrona.
O estradiol é o estrogênio mais ativo durante a fase reprodutiva da mulher. Ele ajuda a regular o ciclo menstrual e prepara o útero para uma possível gravidez. Quando os níveis estão desregulados, seja para mais ou para menos, isso pode afetar diretamente a fertilidade.
Quais são os valores normais de estrogênios
Os níveis de estrogênio variam conforme a fase do ciclo menstrual. Durante a fase folicular (no início do ciclo), os valores de estradiol podem variar entre 20 e 150 pg/mL. No período ovulatório, podem alcançar algo entre 150 e 750 pg/mL. Já na fase lútea, os níveis tendem a ficar entre 30 e 450 pg/mL.
Esses valores podem ser medidos por meio de um exame de sangue simples. Quando há suspeita de infertilidade ou desequilíbrio hormonal, esse é um dos exames solicitados por especialistas em reprodução assistida para identificar se algo está fora dos parâmetros dito “normais”.
O que acontece quando o estrogênio está baixo?
Níveis baixos de estrogênio podem indicar uma ovulação ineficiente. Sem ovular, não há como liberar óvulos maduros, o que compromete as chances da mulher engravidar. Além disso, o endométrio, que é a camada interna do útero, onde o embrião se fixa, pode não se desenvolver adequadamente.
Outros sintomas do estrogênio baixo incluem ressecamento vaginal, ciclos menstruais irregulares, ondas de calor e até mesmo alterações de humor. O tratamento costuma envolver o uso de reposição hormonal, sempre com acompanhamento médico.
Como compensar a falta de estrogênio
Em casos de estrogênio baixo, o tratamento pode incluir o uso de estrogênios sintéticos, seja por via oral, transdérmica (adesivos), injetável ou vaginal. A escolha vai depender da causa do desequilíbrio e das características de cada paciente, já que cada caso deve ser avaliado de forma individual, respeitando cada corpo.
“O equilíbrio hormonal é um dos primeiros pontos que avaliamos ao iniciar um tratamento de fertilidade. Muitas vezes, um ajuste nos níveis de estrogênio já melhora significativamente as chances de uma gestação”, explica o especialista em reprodução assistida do IVI Salvador, Dr. Fábio Vilela.
Estrogênio elevado: o que ocorre?
Na contramão, quando os níveis de estrogênio estão muito altos, o corpo também pode apresentar dificuldades.
Um dos principais riscos do excesso de estrogênio é o desenvolvimento de cistos ovarianos, miomas ou hiperplasia endometrial, que é o crescimento excessivo do endométrio.
Além disso, o estrogênio alto pode causar ganho de peso na paciente, retenção de líquidos, alterações de humor e até mesmo dores nas mamas.
No caso de estrogênio elevado, a ovulação também pode se tornar irregular, o que vai interferir na fertilidade.
Como tratar o excesso de estrogênio
O tratamento para reduzir o estrogênio depende da causa. Às vezes, é necessário ajustar medicamentos, controlar o peso, mudar alguns hábitos alimentares.
Em outras situações, é necessário usar remédios que ajudem o corpo a metabolizar melhor os hormônios. Em alguns casos, o uso de anticoncepcionais pode ser indicado para regular os ciclos e equilibrar a produção hormonal natural.
Relação entre estrogênio e gravidez
Durante a gravidez, os níveis de estrogênio aumentam naturalmente. Esse aumento é necessário para manter o útero saudável, estimular o crescimento da placenta e permitir o desenvolvimento do feto.
“Por isso, o equilíbrio antes da concepção é tão importante. Baixos níveis podem impedir a implantação do embrião, enquanto níveis muito altos podem prejudicar a qualidade dos óvulos. O ideal, antes da gravidez, é estar com os níveis bem equilibrados”, reforça Dr. Fábio Vilela.
Estrogênio e endometriose
A endometriose é uma condição que também tem ligação direta com os estrogênios. Trata-se do crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero, o que pode causar dor e infertilidade. Essa condição costuma estar associada a níveis elevados de estrogênio no organismo.
O controle do estrogênio é uma das estratégias de tratamento para pacientes com endometriose. Em alguns casos, medicamentos que bloqueiam a produção desse hormônio são utilizados para conter o avanço da doença e melhorar as chances de gravidez; além de oferecerem às mulheres, uma recuperação de sua qualidade de vida, já que a endometriose na maioria dos casos está associada a dores incapacitantes.
Qual a função do estrogênio nos tratamentos de fertilidade?
Nos tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), o controle dos estrogênios é uma etapa-chave. O estrogênio ajuda a preparar o útero para a implantação do embrião. Ele também é um dos hormônios monitorados durante a estimulação ovariana.
“O monitoramento hormonal durante a FIV é criterioso. Através dos exames de sangue e ultrassonografias, conseguimos saber se os ovários estão respondendo bem e se o endométrio está apto para receber o embrião. O estrogênio é um dos indicadores que orientam essas decisões”, explica o Dr. Fábio Vilela.
Em resumo, o estrogênio é essencial para a fertilidade, mas precisa estar em equilíbrio. Tanto a falta quanto o excesso desse hormônio podem dificultar a concepção. Por isso, ao investigar dificuldades para engravidar, a avaliação hormonal é um dos primeiros passos.
A boa notícia é que, com acompanhamento médico e tratamento adequado, é possível ajustar os níveis hormonais e aumentar as chances de uma gestação saudável. No IVI Salvador, cada paciente recebe um plano individualizado, com atenção especial ao equilíbrio hormonal e às particularidades do seu organismo.
Comentários estão fechados.